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A literatura como alimento do Cinema.

5 participantes

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1A literatura como alimento do Cinema. Empty A literatura como alimento do Cinema. Qui Mar 25, 2010 2:01 pm

Xavier Liberto Beco

Xavier Liberto Beco

A literatura tem servido desde sempre como inspiração para o cinema. Obras mais ou menos meritórias tem chegado ao ecrã, algumas ganhando nova vida, outras sujeitas a impiedosa profanação. O caminho seguido está sempre dependente de factores como a linguagem mais ou menos cinematográfica do escritor e a capacidade do realizador para interpretar correctamente o texto. A comparação entre livro e filme embora seja, muito provavelmente, injusta acaba por ser irresistível. Proponho para este tópico que encontremos bons e maus exemplos. Sendo que não é necessária a sentença de qual é melhor, o debate será o mais interessante, as duas produções podem ser igualmente boas, afinal são apenas plataformas diferentes. Casos de bons livros que deram bons filmes, maus livros que deram filmes igualmente bons, bons livros que deram maus filmes, e assim sucessivamente.

Caso debatido no chat: A estrada, por Cormac McCharthy comparado com A estrada, por John Hillcoat
O livro de Cormac McCharthy foi um dos melhores que li nos últimos tempos. O filme (que ainda não vi) não tem sido bem recebido. Opiniões?

[Começo com um exemplo recente para despoletar o debate (e com o propósito egoísta de descobrir se vale a pena ver o filme Smile ). Quando tiver tempo e disposição voltarei com Fahrenheit451. Por Ray Bradbury e por François Truffaut. Por ser um caso onde foram feitas duas boas obras, e onde prefiro o filme.]

2A literatura como alimento do Cinema. Empty Re: A literatura como alimento do Cinema. Sáb Mar 27, 2010 12:38 pm

Xavier Liberto Beco

Xavier Liberto Beco

Nem sempre são os livros que têm que ter um ritmo cinematográfico para que a adaptação se faça com sucesso. Manoel de Oliveira, por exemplo, ou Jacques Rivette, fazem, pela manutenção da linguagem literária, pelos enquadramentos e direcção de actores chegados ao teatro, filmes que são pura literatura em movimento. São os filmes que passam a ter ritmo literário. Um bom exemplo contrário a isto são os livros de ficção científica que mais facilmente se dão à recriação na tela. Porque, normalmente, pedem uma cadência mais acelerada e, necessitados de delimitações irreais, identificadoras daquilo que pretendem inventar, deixam menos para a nossa intuição.

Ponto prévio: não sou especial fã de ficção científica, e quanto mais recente, mais me repele. Talvez por isso goste tanto de Fahrenheit451, onde a ficção inventada é a de uma realidade, não de novas máquinas, evoluções máximas de uma espécie, ou aparecimentos inesperados. Vemos uma sociedade limpa e tecnológica de onde os livros foram banidos, para que a memória se reduza e seja, como efectivamente é, um factor evolutivo, de forma a serem minimizadas as emoções, potenciais fonte de desconforto. Não existem robôs mas os humanos só existem maquinalmente. Para se atingir um nível de segurança extremo tudo é insípido. Os bombeiros (firemen, neste caso pedia uma tradução mais literal) são a representação deste sistema controlador e opressivo. Existem para queimar livros.
O filme de Truffaut preocupa-se apenas em denunciar um aparente avanço civilizacional que é afinal um lugar aonde não deveríamos ir nunca. É por isso que o prefiro ao livro de Bradbury que, osso do seu ofício, não resiste aos floreados do género. Por isso e pelo bombardear de referências cinéfilas e literárias que François Truffaut nos oferece.

A comunidade de homens-livro que, memorizando-as, salvam grandes obras, fazem o que um filme deve fazer sempre que se propõe a este exercício, perpetuar a sua existência.

[Deixo mais um desafio, Qual o vosso filme favorito baseado num livro?]

3A literatura como alimento do Cinema. Empty Re: A literatura como alimento do Cinema. Sáb Mar 27, 2010 1:45 pm

MikieG



Há casos em que o filme é melhor que o livro... Assim de repente vem-me á memória o "Godfather" ou "Jurassic Park"... E há outros casos em que o filme até pode nem ser tão bom como os livros mas é adaptado com tanta mestria que é mesmo assim um prazer enorme ver, como por exemplo a trilogia "Lord of the Rings"... Adaptações de banda desenhada como os recentes "The Dark Knight" e "Batman Begins" são também muitas vezes bem conseguidas.. e há alguns filmes que por fazerem pequenas alterações ao livro até tornam a história melhor, é algo controversa a minha opinião mas por exemplo acho que o final do filme "Watchmen" e melhor que o final do livro "Watchmen", apesar de na globalidade o livro até ser um pouco melhor... Mas a realidade é que, na grande maioria, tal como os remakes, o filme não sai grande coisa, e ler o livro é bem melhor.

A titulo de curiosidade, eu gostei do The Road, embora seja muito pior que o livro...

...



...



Última edição por ... em Qui Set 05, 2013 2:15 am, editado 2 vez(es)

Xavier Liberto Beco

Xavier Liberto Beco

MikieG, começas com um exemplo flagrante, The Godfather, o filme realmente muito superior ao livro.

Pedro, não acho que te tenhas alongado, um fórum com vitalidade é o que estamos a tentar conseguir. É pena estarmos reduzidos a 4 participante, nós o três e o Santos:(

maria



com licença, e anotando já a injustiça, tb tenho participado na medida do possível Shocked

Xavier Liberto Beco

Xavier Liberto Beco

Tens toda a razão Maria, não sei onde tinha a cabeça. Peço desculpa. A ti, ao Murilo e ao Chico que também têm participado. Embarassed Embarassed

Pedro, tens toda a razão quando falas na metamorfose e em livros que não imaginamos como é que poderão ser adaptados ao grande ecrã. O João Botelho acabou recentemente de filmar O livro do desassosego. Fico a pensar no que sairá dali, foi de certeza preciso coragem para se aventurar por ali.

8A literatura como alimento do Cinema. Empty A literatura como alimento para o cinema Ter Abr 06, 2010 5:13 am

Santos



Dois tipos de "texto" diversos, implicam diferentes formas de construção, de composição, de elementos significantes e de leitura por parte do espectador. Estou a falar do livro e do filme que nele se baseie.

É positivo, penso, quando um realizador nos surpreende pela recriação que leva a cabo a partir de um livro; quando nos surpreende pela sua inventividade, tendo em conta a perspectiva que tomou para si, no desenvolvimento do filme, que nos mostre, no fundo, que também é um "autor".

Por outro lado, parece-me, desde logo, que o plágio rigoroso é um exercicio pobre, goste-se ou não, que o autor tenha sido mto fiel ao livro.

Não me quero alongar nesta temática, pois é um assunto que vive demasiado duma variável subjectiva: o gosto.

Felicito, isso sim, o Aphanavam por ter lançado mais este tema para debate. É mto positivo que se continue a acreditar nas vantagens do desenvolvimento de pontos de vista e respectiva partilha.

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